terça-feira, 31 de maio de 2011

Alguma coisa está fora da ordem

Alimentamos a ideia de que podemos controlar tudo em nossas vidas. Nada mais enganoso. E isso vale inclusive para aqueles que acreditam ter na mão as rédeas da situação. Afinal, será que existe destino?

Clara Primo levou quase dois anos para elaborar sua tese de mestrado sobre os hábitos alimentares de algumas tribos amazônicas. Levantou os dados da região, leu toda a literatura existente a respeito do assunto, escolheu os lugares certos para visitar, entrou em contato com os líderes locais, negociou comida e hospedagem, calculou custos e, principalmente, escolheu um fotógrafo de fama nacional para registrar todo o percurso, parte fundamental de seu trabalho acadêmico. Tudo pronto e acertado, ela iniciou a contagem regressiva do mais importante projeto da sua vida.

No dia do embarque, o fotógrafo manda uma mensagem de texto para o seu celular: não seria possível para ele embarcar, pois estava com disenteria. "Apesar do pânico inicial, resolvi não desistir e ir em frente." Viajou sozinha com a disposição de encontrar outro profissional em Belém. Chegando lá, um não podia, outro já tinha compromisso e o terceiro não atendia ao rigor de qualidade exigido. Nessa altura, todos os seus compromissos agendados anteriormente já tinham ido para o espaço. Foi quando Clara encontrou a melhor fotógrafa da Amazônia, especialista em temas regionais e indígenas. Suas fotos eram deslumbrantes e seu sorriso, mais encorajador ainda. A partir daquele momento, o roteiro passou a seguir as indicações da fotógrafa familiarizada com o mato. Os entrevistados e lugares eram outros, e não havia garantia nenhuma de hospedagem ou alimentação. "Era como se tivesse entrado numa canoa e aceitasse seguir o curso de um rio tal como ele se apresentava." E tudo - incrivelmente - deu certo. "A Amazônia me ensinou a soltar as rédeas. E a acreditar que existem mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia", diz Clara.

Esta reportagem, portanto, é sobre o momento justo de soltar as rédeas - e a nossa doce ilusão de que podemos controlar tudo. Pois, como diz a piada, se um dia você quiser fazer Deus morrer de rir, é só contar a Ele sobre os seus planos.

Limpando o terreno

Vamos começar estabelecendo algumas diferenças que são fundamentais. Controle não é planejamento ou organização. Também não é perfeccionismo, ou ter responsabilidade e disciplina. Controlar de forma exacerbada significa se aferrar a tudo isso como garantia de que as coisas saiam exatamente do jeito que desejamos. Porque se não sair dessa maneira, ah, se não sair... A gente simplesmente enlouquece: morre de ódio por quem atravancou nosso caminho, inventa inimigos que nos perseguem e querem nos prejudicar a cada esquina e, pior ainda, se imagina como alguém traído pelo próprio universo. Querer controlar dessa maneira é pura e simplesmente obsessão.

Para o controlador contumaz, não há espaço para que as coisas se modifiquem e se arrumem à sua maneira. Nem lugar para a reflexibilidade diante da mudança repentina ou a criatividade para buscar novas soluções em vista dos cenários imprevistos que se apresentam. "Há uma rigidez intrínseca: o que não segue nossa cartilha está errado e não presta. Não conseguimos aceitar como adequado e até propício aquilo que não obedece ao que planejamos anteriormente", diz a psicoterapeuta Irene Cardotti.

"O controle vivenciado dessa maneira, rígida, férrea, está baseado apenas e tão-somente no desejo de manipular pessoas e situações em nosso próprio benefício", avalia Irene. Quando fazemos isso "coisificamos" gente de carne e osso e as transformamos em meros objetos. "Elas passam a ser instrumentos que utilizamos para atingir nossos objetivos. E deixam de ter importância como seres humanos que são, com seus sentimentos, opiniões ou sensibilidade", diz a terapeuta. Quando o caso é muito grave, inclusive, uma pessoa pode chegar ao limite da psicopatia. "O psicopata olha a vida como um jogo de xadrez, e as pessoas, como peças. Tudo é muito frio, calculado. Ele não se importa em mentir, humilhar ou enganar para conseguir o que quer."

Eterna vigilância

A maioria de nós não chega a esse ponto. Quando o assunto é controle, ficamos no básico um, ou chegamos até o nível dois ou três, no máximo. Helena H., por exemplo, acredita ser uma pessoa controladora, mas só até certo ponto. Uma das maiores tradutoras-intérpretes de São Paulo, ela é sempre convidada para traduzir palestras de cientistas internacionais, grandes mestres religiosos e terapeutas. O problema é que ela não se contenta apenas em fazer o seu trabalho. "Ao traduzir, fico sempre de olho em que ainda não sentou na plateia e chamo sua atenção, observo quem chega atrasado e faz barulho, faço cara feia se está faltando água no copo do palestrante, me irrito publicamente se alguém está cochichando e atrapalhando a palestra... Enfim, não dou e não tenho nem um minutinho de sossego", diz. Conhecida em casa por apelidos como "generala" e "Fräulein Helena", numa alusão a uma imaginária governanta alemã que ela encarnaria, é constantemente convidada para dormir em hospitais como acompanhante dos doentes da família. "Fico atrás da enfermeira para ver se ela deu o remédio certo na hora certa, se a pessoa está bem acomodada na cama, se o sol está batendo em seus olhos ou se estão falando alto no corredor - se estiverem, saio e dou a maior bronca", conta. Se de um lado tudo isso é bom, de outro a mata de cansaço. E a razão é simples: o preço do controle é a eterna vigilância. E esse estado de atenção tenso e preocupado causa um enorme desgaste emocional. "É um estresse constante. Nada pode sair do que eu penso estar correto, e vigiar ou antever as variáveis que podem ocasionar problemas consome toda minha energia", ela reconhece. Uma vida assim engessada também pode ficar cinza e monótona, e se tornar um grande convite à depressão e ao desânimo.

E o que faz um controlador parar? "A consciência de que estou tentando manipular demais uma situação. E quem geralmente dá esse toque fundamental é o outro. É ele que me diz: ‘Helena, sua função aqui é só essa ou aquela’ ou ‘Helena, você está ultrapassando os limites’. Sozinha, por mim mesma, ainda é difícil perceber quando estou extrapolando", admite a intérprete.

Outra boa maneira de deter é enxergar nas atitudes de outra pessoa próxima o próprio jeito de ser e reagir. Enxergar as manias, o amor a detalhes, o perfeccionismo e a eterna tensão num outro controlador ajuda a nos conscientizar de nossas próprias características. Prestar atenção em nossos apelidos também ajuda. "Já trabalhei com uma chefe que era chamada de Clint, numa alusão aos duros e implacáveis personagens que Clint Eastwood interpretava nos anos 1970, e tive uma madrasta cujo carinhoso apelido de família era Hitler. Todos eles eram controladores de mão-cheia", afirma a gerente de produtos paulista Maria de Lurdes Sobral. A aparência física também dá pistas preciosas: músculos tensos e rígidos, peito projetado para a frente, maxilar travado ou corpo muito denso podem igualmente indicar sinais de um controlador contumaz, segundo a avaliação da terapeuta Irene Cardotti, que também é especialista em bioenergética. Porém, mesmo conseguindo identificar ou administrar nosso lado mais dominador, ainda não respondemos à pergunta principal dessa história: por que será que somos assim?

A base de tudo

Duas emoções básicas movem o comportamento humano: o medo da dor e o prazer. E elas também alicerçam o nosso desejo de controlar. "Queremos manipular por medo de que as coisas fujam do nosso controle e nos causem sofrimento. É medo da dor, insegurança. O que não percebemos é que esse desejo nos aflige tanto ou mais do que o sofrimento que teríamos se deixássemos as coisas tomarem seu próprio rumo", diz Irene Cardotti.

Isto é, o controle exacerbado pode estar ancorado no medo. Mas não só. Desde os primórdios da psicanálise, seu criador, Sigmund Freud, afirmava que o controle também tinha a ver com o prazer quase erótico em exercer poder. E alguém que domina e controla uma situação pode obter muita satisfação com isso. O poder também dá uma sensação de segurança, que distancia a pessoa do medo de experimentar dor.

A questão é que essa sensação que nos alivia se baseia numa formidável ilusão: a de que realmente conseguimos controlar a vida. Feliz ou infelizmente, porém, a existência se revela bem mais indomável e resistente do que podemos imaginar.

Fúria de titãs

O desejo de controlar a própria existência levanta muitas perguntas de caráter universal: será que existe destino? Como funciona a lei do carma? Tudo está predeterminado desde o início? Temos mão no jogo da vida ou ela já foi escrita nas estrelas?

O filme A Fúria dos Titãs, um clássico das sessões da tarde na televisão, traduz em imagens uma das possíveis respostas a essas perguntas. Em determinados momentos da fita, os deuses do Olimpo, que assistem de cima à trama que se trava lá embaixo na Terra, simplesmente dão sumiço, substituem ou mudam de lugar determinado personagem, como se se divertissem com um enorme jogo de xadrez. Ora ajudam o herói com suas benesses e presentes, ora o atrapalham com monstros e titãs. O princípio do jogo é aparentemente benévolo: tudo é feito para que ele possa aprender com os obstáculos e fazer seu caminho com o reconhecimento de que pouco pode fazer sem a ajuda divina. Isto é, mostra que as grandes questões existenciais que têm a ver com o desenvolvimento de sua consciência estão fora do seu controle. Ponto.

Provavelmente não dependemos de deuses barbudos que jogam xadrez no universo. Mas é possível que estejamos sob o jugo de forças e leis capazes de tirar o controle de nossas mãos, especialmente quando não as conhecemos direito. "Minha mãe sempre nos diz o quanto é inútil fazermos planos. Eu não concordo. Acredito que seja importante planejar a vida, se o fizermos de olhos bem abertos. Devemos identificar e agradecer a sorte que temos e reconhecer os eventos aleatórios que contribuem para o nosso sucesso", diz o professor e matemático norte-americano Leonard Mlodinow, que escreveu um livro, O Andar do Bêbado, onde analisa algumas das possíveis leis pouco conhecidas que atuam na nossa vida, como a da aleatoriedade. Ele diz, por exemplo, que o acaso tem um importantíssimo papel em nossa existência. E que é falta de bom senso querer eliminá-lo.

Se enrijecemos no controle, se engessamos a existência na maneira como achamos que as coisas devem acontecer, diminuímos as chances da aleatoriedade, ou o acaso, se manifestar - uma perda verdadeiramente lastimável, de acordo com Mlodinow. Algumas pessoas reconhecem isso intuitivamente. "Acho que o universo é bem mais criativo do que eu. Planejo, organizo, faço cálculos e previsões, mas, se observo uma mudança de rumo, não a descarto imediatamente. Primeiro vejo se o quadro geral pode se beneficiar com ela. O engraçado é que na maioria dos casos a interferência se revela positiva", afirma o analista de sistemas Celso Ayres. "Mesmo se considerarmos que a chance de esse imprevisto ou mudança ser favorável seja apenas de meio a meio, ainda assim teremos 50% de possibilidade de que essa interferência seja benéfica, o que é um índice bem alto. Um controlador exacerbado jamais admitiria isso."

Verdade. Outra lei que é a maior casca de banana em nossos desejos de manipulação é a polêmica Lei de Murphy. Pode anotar no seu caderninho: quando o controle é excessivo, o tiro sai pela culatra. Aqui cabe uma historinha conhecida no meio gastronômico paulista. Conta-se que um respeitado crítico de gastronomia foi visitar um sofisticado restaurante paulista para fazer sua avaliação anual e conferir as estrelas correspondentes ao estabelecimento. Ele pediu um risoto, uma das especialidades da casa, e ficou esperando - muuuito tempo. Finalmente o prato chegou, com o arroz quase cru. A verdade é que a cozinha ficou em pânico por causa da presença do jornalista e do excessivo controle de quem a comandava. Como conhecia o talentoso chef, o crítico o chamou à mesa e perguntou qual o motivo de tal desastre. Ele respondeu desconsolado: "Scusi, signore, fizemos de tudo, ma no final só saiu um risoto de crítico".

Pois é. Perdemos a sabedoria de que existe o momento de assumir responsabilidades, planejar, organizar e realizar. Mas que também pode haver outros para soltar as rédeas, relaxar, criar e aprender com o que se apresenta. E que é saudável ter essa possibilidade bem presente e viva nas nossas escolhas e decisões. Let it be, deixe acontecer. Pelo menos de vez em quando, claro.

LIVROS I Ching, Alayde Mutzenbercher, Gryphus O Que É o Karma?, Paul Brunton, Pensamento Portões da Prática Budista, Chagdud Tulku Rinpoche, Makara


Fonte: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/0104/grandes_temas/alguma-coisa-esta-fora-ordem-622783.shtml

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como as novas regras dos cartões afetam o consumidor

Benefícios ao consumidor são relativos; regras entram em vigor em 1º de junho


Redução do número de tarifas deve diminuir quantidade de reclamações por cobrança indevida

O Banco Central publicou, nesta semana, uma cartilha para informar aos consumidores sobre as mudanças nas regras dos cartões de crédito que entram em vigor no mês que vem. Para o BC, as novas medidas evitarão o endividamento excessivo e ajudarão os consumidores a comparar tarifas entre cartões; para entidades de defesa do consumidor, porém, as mudanças são positivas, mas ainda é preciso fazer mais. Entenda como as novas regras afetam a vida de quem já tem ou pretende fazer um cartão de crédito.

Não peça um novo cartão até 1º de junho deste ano.

Para começar, as novidades só serão aplicadas de imediato aos cartões emitidos a partir de 1º de junho deste ano. Falta pouco. Então quem quiser fazer um cartão de crédito não deve cair no descuido de solicitá-lo antes da próxima quarta-feira. Cartões emitidos antes desta data só passam a adotar as novas regras a partir de 1º de junho de 2012.

As novas regras trazem, pelo menos, dois grandes benefícios ao consumidor

O primeiro é a redução do número de tarifas de cerca de 80 para apenas cinco: anuidade, emissão de segunda via do cartão, saque em espécie utilizando o cartão, uso do cartão para pagamento de contas e pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.

Além de livrar os usuários de uma série de cobranças, a medida deve também deve reduzir o número de reclamações por causa de cobrança indevida de tarifa. Segundo Maria Elisa Novaes, gerente jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), as tarifas de processamento de fatura e de emissão de boleto, hoje extintas, estavam entre as que mais motivavam queixas dos consumidores. O risco é do tiro sair pela culatra com um aumento no valor das anuidades.

A segunda vantagem para o consumidor é a discriminação obrigatória de todas essas tarifas na fatura. Aliás, todos os encargos cobrados deverão ser informados um a um, de acordo com o tipo de operação efetuada com o cartão. Isso inclui os encargos que serão cobrados no mês seguinte, caso o cliente opte por pagar apenas o mínimo da fatura e entrar no crédito rotativo.

As faturas também deverão informar o limite de crédito total e os limites individuais para cada tipo de operação de crédito que possa ser contratada; os gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando parcelados; operações de crédito contratadas e respectivos valores; e o Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das operações de crédito passíveis de contratação.


Comparar as tarifas continua difícil

Essa nova situação facilitaria aos consumidores comparar as tarifas cobradas para diferentes cartões. Pelo menos é nisso que o BC acredita. Na prática, porém, a tarefa continua não sendo muito fácil. Para comparar todas as tarifas, o consumidor precisaria pesquisar por conta própria. As anuidades e benefícios de cada cartão já podem ser comparadas por meio da ferramenta e comparação de cartões de EXAME.com.

O novo percentual mínimo de pagamento muda pouco a vida do consumidor

O mínimo do valor da fatura que pode ser pago passou de 10% para 15%, numa tentativa de reduzir o risco de superendividamento. A ideia do Banco Central é ir elevando esse percentual gradativamente, obrigando os consumidores a pagarem valores mínimos cada vez mais altos, a fim de que a dívida não se prolongue por tanto tempo. Em dezembro, o percentual sobe para 20%, mas na prática esse valor já é adotado por diversas instituições.

Rolar a dívida é ruim de qualquer maneira, dadas as altas taxas de juros praticadas hoje no mercado para o crédito rotativo – em média, 11%. O problema é que, dependendo do percentual mínimo e da taxa de juros cobrada pelo banco, pagar apenas o mínimo da fatura pode garantir pouca ou nenhuma amortização da dívida de fato.

“Um mínimo de 15% pode não servir de nada. Algumas instituições chegam a cobrar 16% de juros. Se elas resolvessem adotar o mínimo de 15%, o valor pago seria destinado apenas a pagar o juro, não havendo amortização real da dívida”, explica a gerente jurídica do IDEC.

O cálculo dos juros rotativos

O sistema acaba sendo cruel. Imagine uma dívida de 1.000 reais em que o usuário do cartão resolva pagar apenas o mínimo de 15% - 150 reais, portanto. O saldo devedor para o mês seguinte seria de 850 reais, mas sobre esse valor incidirão os juros. Se estes forem de 11%, equivalerão a 93,50 reais. A dívida para o mês seguinte será, então, de 943,50 reais. Ou seja, embora o devedor tenha pago 150 reais, sua dívida amortizará apenas 56,50 reais.

E se ele não pagar o valor mínimo, vai ter que arcar com os juros, mais multa de 2% por atraso e juros de mora de 1%. Quanto mais o valor dos juros se aproximar do valor do mínimo, menor será a quantia amortizada. Sem dúvida entrar no rotativo continuará sendo uma grande armadilha, seja o mínimo 10%, 15% ou 20%.

Mas, afinal, qual o valor mínimo ideal?

Para a gerente jurídica do IDEC, não é possível precisar se haveria algo como valor mínimo ideal. Segundo ela, deveria haver sim um desestímulo real ao uso desse tipo de financiamento. “A informação deve ser mais clara para o consumidor. A possibilidade de pagar somente o mínimo não deveria ser destacada. Na própria fatura vem discriminado o valor mínimo, ao lado do valor total. Isso por si só já é uma espécie de estímulo ao uso desse recurso”, diz Maria Elisa.


Fonte: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/credito/noticias/como-as-novas-regras-dos-cartoes-afetam-o-consumidor?page=1&slug_name=como-as-novas-regras-dos-cartoes-afetam-o-consumidor

Brasileiro toma empréstimo caro para comprar produto barato

Cresce o empréstimo para a aquisição de itens como geladeira e televisão; especialistas alertam que o ideal é sempre pagar à vista


Eletrodomésticos financiados estão entre os itens que impulsionaram o crescimento do empréstimos para a aquisição de bens

O Senado aprovou na semana passada a medida provisória que cria um cadastro positivo com as informações de quem está em dia com seus compromissos financeiros. O objetivo é tornar a concessão de crédito mais barata para os bons pagadores, com base no histórico que construíram ao longo do tempo.

Pelo texto, o consumidor terá que autorizar por escrito sua inclusão na lista. A partir de então, terá os dados de várias contas reunidas em um mesmo registro. A exceção ficará para as contas de celular pós-pago, que ainda não farão parte desse conjunto. Também será possível solicitar a retirada do cadastro a qualquer momento, bem como consultar as informações reunidas de forma gratuita.

Transformada em projeto de lei, a proposta ainda precisa passar pela sanção da presidente Dilma em um prazo de 15 dias. “Ao ampliar a quantidade de informação disponível, reduzir a assimetria da informação e melhorar os modelos de análise de risco, o cadastro positivo tende a ter um impacto positivo nas taxas de juros”, explica Fernando Cosenza, diretor de Inovação e Sustentabilidade da Boa Vista Serviços-SCPC.

“Mas o próprio governo fala em um prazo de dois anos para que ele se consolide”, pondera Cosenza. Por ora, os juros continuam os mesmos - e nas alturas - para os adeptos do financiamento. Segundo pesquisa mensal da Anefac, o rotativo do cartão de crédito cobra uma média de 238,3% ao ano. Empréstimo pessoal com financeiras, cheque especial e crediário não ficam atrás, com taxas anuais de 195,2%, 150,9% e 94%, respectivamente.

"O brasileiro não faz as contas dos juros que está pagando quando compra um determinado bem. Ele olha apenas se a prestação caberá no seu bolso", afirma Fabiano Guasti Lima, pesquisador do Instituto Assaf. "Isso gera um volume de pequenas prestações que, no todo, acaba corroendo metade do salário do indivíduo."

Na ponta do lápis, bens que não parecem caros o suficiente para causar estragos no orçamento, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, podem se tornar os protagonistas de uma verdadeira armadilha financeira. Uma geladeira de 1.500 reais dividida em 12 meses sai por nada menos que 2.910 reais considerados os juros médios cobrados no comércio.

Levantamento do Instituto Assaf aponta que são justamente esses itens que crescem na lista de compras parceladas do consumidor. Enquanto o endividamento para o financiamento imobiliário manteve-se mais ou menos estável de 2001 a 2011, houve um aumento de 672% nos empréstimos para a aquisição de bens. A modalidade contempla a aquisição de produtos como televisão e computador, que não agregam valor ao patrimônio como a aquisição de um apartamento, por exemplo.

Endividamento do brasileiro por modalidade de crédito (em milhões de reais)

Fonte: Instituto Assaf

Pesquisa do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) sobre o endividamento em março deste ano vai ao encontro desta ideia. Entre os consumidores com nome sujo na praça, 37% disseram ter feito as compras com carnê, usualmente utilizado para a aquisição de bens não duráveis. Em uma distante segunda colocação aparece o cartão de crédito, com 19%.


“As pessoas costumam optar pela facilidade de ter o bem aqui e agora, mesmo pagando bem mais que seu real valor de mercado”, diz Fernando Cosenza, do SCPC. Para ele, a tentação fica maior com os bens supérfluos. Mas ainda que não pareçam exigir grandes investimentos, se transformam em uma verdadeira bola de neve quando o consumidor sofre um baque no planejamento financeiro por conta de eventualidades como gastos médicos e desemprego.


Fonte: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/credito/noticias/brasileiros-se-endividam-mal?page=2&slug_name=brasileiros-se-endividam-mal

sábado, 21 de maio de 2011

Confira 15 dicas para elaborar um currículo.

Para que o currículo não seja a primeira e última impressão do candidato passada para a empresa, o profissional deve estar atento a alguns pontos para tentar chamar a atenção, sobretudo se a vaga desejada for muito concorrida. Contudo, muita informação pode acabar atrapalhando. Confira 15 dicas levantas junto a especialistas em recursos humanos para elaborar seu currículo.

1 Seja objetivo
Por mais que possa parecer óbvio, ter objetividade é indispensável para que o selecionador possa identificar rapidamente os candidatos que se encaixam na vaga disponível. Mesmo que o profissional seja capacitado para múltiplas funções, é preciso elaborar um currículo específico para a vaga desejada. “O que é melhor, um curso de como fazer risotos ou um curso de Word? Depende do cargo desejado”, diz Marcelo Abrileri, presidente da empresa especializada em recolocação Curriculum. “Quem vai ler o currículo tem um foco. Se não é o que está buscando, não vai ler”, acrescenta a consultora de RH do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo Jane Souza.


2 Uma página é o ideal; duas no máximo
Não há um número de páginas correto para o currículo, porém, de acordo com Abrileri, não deve ter mais de duas. O tamanho deve acompanhar o número de informações necessárias para a vaga. No entanto, caso o profissional tenha as competências requeridas pela organização e conseguir incluí-las em apenas uma página, melhor.


3 Os dados pessoais: apenas nome, idade, estado civil e contatos
Não há necessidade de incluir número de documentos como RG, CPF ou título de eleitor. Essas informações são importantes caso o candidato seja contratado, ou seja, após a fase de seleção. Informar os contatos essenciais e mantê-los atualizados é indispensável.


4 Colocar foto apenas se for importante para a vaga
Segundo o presidente da Curriculum, para incluir uma foto no currículo, o profissional deve pensar antes em três questões: a aparência é importante para o cargo? É uma foto bem tirada? A pessoa está bem na foto? “Se a resposta for sim para as três perguntas, então coloque a foto. Se for não para qualquer uma delas, não coloque”, disse Abrileri.


5 Não há necessidade de informar características pessoais
Muitos currículos trazem o item características pessoais, no qual incluem as qualidades como facilidade de integração, competência para trabalho em equipe, disposição. A empresa, porém, irá checar as informações em uma entrevista posteriormente, o que torna desnecessária a presença delas. Caso o candidato opte por incluir, deve se preocupar em não deixar palavras escritas isoladamente, sem sentido. “Precisa ter cuidado para não se tornar uma coisa muito vaga”, afirmou Jane.


6 Para informar a escolaridade, basta o último nível atingido
Se o profissional estiver cursando uma faculdade, não é preciso dizer que tem o 1º ou o 2º grau completo, essa informação está subentendida. Caso tenha interrompido o ensino superior, vale incluir. “Mesmo se parou a faculdade é importante colocar, porque mostra que a pessoa foi buscar algo, mas não precisa colocar o motivo (de ter parado)”, alertou Jane, acrescentando isso será tratado na entrevista.


7 Experiências profissionais devem conter apenas o nome da empresa, cargo e período
Essas três informações não podem faltar e são suficientes. Se o candidato quiser incluir as responsabilidades que teve em seus outros empregos, deve ser sucinto, pois isso será tratado na entrevista. Há currículos que têm informações sobre o porte da empresa, o que pode ser importante, dependendo da vaga. “Eu posso querer contratar alguém que trabalhou em uma empresa pequena para desenvolver o profissional”, afirmou Jane.


8 Não supervalorizar os níveis de conhecimento em línguas e informática
Nas seleções em que conhecimentos em inglês e/ou informática são necessários, há, normalmente, a realização de um teste posteriormente. Nesse caso, se o candidato que tem inglês básico coloca intermediário, pode correr o risco de ser testado e não obter desempenho desejado. Por isso, é importante ser honesto nas informações, o que leva à próxima dica.


9 Não mentir em hipótese alguma, mas, se necessário, omitir
Colocar informações falsas ou alterá-las, como no caso das competências em línguas, pode, ao invés de beneficiar o profissional, prejudicá-lo. “Se a pessoa faz isso com currículo, entende-se que fará em outras oportunidades”, alertou Jane. No entanto, Abrileri afirmou que omitir algumas informações pode evitar problemas. “Se tem algo que você tem vergonha, não fale. Se o seu conhecimento de inglês é básico, não coloque.”


10 Evitar erros de português
Mesmo que a vaga desejada não exija conhecimentos da língua portuguesa, os erros devem sempre ser evitados. “Qualquer currículo com erro de português desanima qualquer um”, alertou Abrileri. Segundo ele, caso haja dificuldades com a língua, deve-se pedir ajuda para alguém que saiba antes de enviar o currículo.


11 Caso o candidato seja portador de deficiência, deve incluir essa informação
Incluir no currículo que é portador de deficiência pode ser benéfico para o profissional. “Há hoje uma escassez de mão de obra de pessoa com deficiência”, disse Abrileri, acrescentando que as necessidades do profissional para trabalhar devem também estar presentes, porque a empresa tem que estar preparada.


12 Mesmo quem nunca trabalhou sempre tem o que incluir no currículo
Para aqueles que estão no começo de sua vida profissional, o currículo deve conter estágios, experiências obtidas na faculdade, trabalhos voluntários e cursos. “Sempre tem o que incluir”, disse Jane. “Vai ter momentos em que a empresa vai querer o profissional sem nenhuma experiência, e quem tem, perde”, disse Abrileri. “É preciso apenas buscar uma empresa que esteja de acordo com o perfil profissional”, destacou.


13 Cores e formatos diferentes são permitidos, desde que haja bom senso
Alguns profissionais tentam chamar a atenção pela estética do currículo, construindo-o com cores e formatos diferentes dos usuais. Para a consultora Jane Souza, antes de pensar na cor, o currículo deve ser organizado e objetivo. “Não há problema em utilizar (cores), mas deve ser limpo. O importante é ser organizado. Sendo assim, pode ser verde, amarelo...”, afirmou. Já o presidente da Curriculum aconselha os profissionais a começarem com uma estrutura padrão, “bastante funcional”: nome centralizado; abaixo, em uma fonte menor, dados de contato; em seguida, em uma fonte maior que a do nome, o objetivo profissional; e depois o currículo. “O que o candidato busca é mais importante que o nome”, disse ele.


14 Incluir o último salário depende do cargo e do candidato
Quem opta por incluir o valor do último salário recebido, pode, mais do que ajudar a empresa na hora de selecionar os candidatos, ajudar a si próprio. Porém, há o risco de a empresa não chamar o candidato, caso o salário do cargo disponível seja menor que o informado. “Se você for focado em salário, diga (o valor) para não perder tempo, se não, coloque ‘a combinar’”, afirmou Abrileri, acrescentando que não há problema em não colocar o item.


15 Ter currículos e perfis na internet com cuidado
Ter currículos e perfis em redes sociais é importante, até porque algumas empresas pesquisam informações do candidato na internet antes de chamá-lo à entrevista. No entanto, devem-se evitar informações que prejudiquem a imagem do profissional. “Tem que ter bom senso. Fotos pertinentes à área profissional, contatos... Pode descrever com mais detalhes as experiências profissionais, mas sem abusos”, alertou Jane.


Fonte:Link http://www.gruposoma.net/Confira-15-dicas-para-elaborar-um-curriculo?utm_source=getresponse&utm_medium=email&utm_campaign=gruposoma&utm_content=Confira+15+dicas+para+elaborar+um+curr%C3%ADculo

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vinho é grande aliado no processo digestivo

"Vinho e comida foram feitos um para o outro", define o cardiologista Jairo Monson de Souza Filho. O médico, que há 20 anos estuda os efeitos da bebida na saúde humana, garante que este é o líquido mais favorável à digestão. "Isso, claro, se não houver qualquer contra indicação ao seu consumo", ressalta. O especialista afirma que para melhor usufruir de seus benefícios, ele deve ser tomado moderadamente durante as refeições.

"Quando se ingere a bebida junto aos alimentos, diminui-se muito o volume de radicais livres na circulação sanguínea durante a digestão. E é justamente neste período que a quantidade de gorduras circulantes é maior. Com isso, há menos chance delas serem oxidadas pelos radicais livres, que acarretaria na formação e deposição de placas de gorduras nas paredes dos vasos sanguíneos", explica Filho.

Vinho é grande aliado no processo digestivo - Foto: Getty Images

Sobre a dose diária de vinho recomendada, o cardiologista destaca que a grande preocupação é por conta do volume de álcool. "Uma quantidade acima do que o organismo consegue metabolizar pode causar dano orgânico", diz. No entanto, a metabolização do álcool é individual e depende de fatores diversos, como gênero, peso corporal, e, mais especificamente, peso do fígado e a quantidade de enzimas necessárias para este processo.

Para a maioria dos homens seria seguro beber até 30 gramas de álcool (o equivalente a 300 ml de vinho a 12,5 ºGL) por dia e para as mulheres, 20 gramas (o equivalente a 200 ml de vinho a 12,5ºGL), sugere o médico.

De acordo com o especialista, não há um tipo de vinho que seja mais eficaz para o processo digestivo. No entanto, o gás carbônico presente nos espumantes aumenta a produção de suco gástrico, o que é amplamente favorável para a digestão.

Conheça os benefícios do consumo do vinho durante as refeições - Foto: Getty Images

Processo digestivo
O especialista afirma que substâncias encontradas no vinho facilitam a digestão de inúmeras maneiras, como:
- Diminuindo os movimentos peristálticos do intestino delgado e do intestino grosso, aumentando, consequentemente, a permanência dos alimentos no tubo digestivo e dando mais tempo para as enzimas os processarem.

- Estimulando a vesícula biliar a descarregar uma quantidade maior de bile no início do intestino delgado, facilitando a digestão das gorduras.

- Melhorando a digestão dos açúcares, ampliando a sensibilidade dos tecidos à insulina.

Doenças
Segundo o cardiologista, algumas das doenças do sistema digestivo que podem ser evitada com o consumo de vinho são:
- Úlcera nervosa: os polifenóis do vinho protegem esse tipo de agressão ao estômago por bloquear duas enzimas: as histidinacarboxilase e a hialuronidase.

- Esofagite de refluxo: uma suplementação de antioxidantes garantida pela bebida pode ajudar tanto no tratamento como na prevenção da doença.

- Esôfago de Barret: uma condição clínica pré-cancerosa ativada pela proliferação de células Ciclo-oxigenase-2 (Cox-2). Os polifenóis do vinho são eficientes para impedir a proliferação destas células.

- Pedras nos rins: o ácido tartárico, encontrado na bebida, é capaz de desmanchar os cálculos de oxalato de cálcio das vias urinárias.

- Colesterol: a quercitina, presente no vinho, diminui a absorção de gorduras aumentando a sua eliminação nas fezes e diminuindo o nível de colesterol no sangue.


Fonte: http://www.minhavida.com.br/conteudo/12503-Vinho-e-grande-aliado-no-processo-digestivo.htm?utm_source=news_mv&utm_medium=alimentacao&utm_campaign=11_05_19

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Como lidar com crises na vida a dois

Supere dificuldades no casamento de maneira construtiva e criativa



Feliz ou infelizmente, casamento e crise podem caminhar lado a lado. Não podemos manter um relacionamento duradouro se não enfrentamos as crises naturais que essa relação acarreta. Mas por que naturais? Não dá pra ter um relacionamento sem crises? Talvez alguém em algum lugar conheça um jeito, mas na minha opinião não, não dá. Relacionamento é uma coisa dinâmica, envolve duas pessoas - e as pessoas mudam constantemente. Então, as crises são decorrentes desses inúmeros momentos de mudança que a vida nos apresenta.

Não se diz que quando pensamos que encontramos todas as respostas a vida vem e muda as perguntas? Pois é, com casamento também é assim. Quando parece que encontramos uma fórmula, um jeito perfeito de nos relacionarmos com aquela pessoa com o mínimo de conflito, alguma coisa acontece pra chacoalhar a relação. Porém, a boa notícia é que é possível passar por esses momentos de maneira construtiva e criativa, sem ter que viver intenso sofrimento e dores intermináveis, mas com maturidade e equilíbrio. E o melhor é que a relação tende a sair dessas fases mais amadurecida, mais completa e mais feliz.

A importância do toque

Por mais que as famosas DRs (discussões da relação) sejam importantes, muitas vezes devemos deixar de lado os motivos de nossos conflitos com o marido ou a esposa e proporcionar momentos de contato físico, não necessariamente, nem exclusivamente, sexual.

Pequenas ações no dia-a-dia, como dançar abraçados, trocar massagens, pentear os cabelos, e esfregar as costas no banho, podem promover avanços quando horas de discussão seriam infrutíferas. Isso acontece porque quando conversamos estamos racionalizando, ou seja, trazendo razão para a troca. Mas o amor, a relação, tem que manter presente o componente da emoção também. Além disso, sabemos que "uma ação vale mais que mil palavras".

Ao fim de toda e qualquer discussão, o importante é a renovação do compromisso que aquele casal firmou em estar junto para o que der e vier. E para que a renovação aconteça, tudo que queremos saber é que amamos e somos amados pelo parceiro. E o amor que vale nessa hora é representado pela nossa atitude, ao invés de teorias e palavras.

Então confira abaixo algumas dicas que podemos colocar em prática quando sentimos que há uma tensão no ar, quando há problemas e decisões a serem tomadas, quando há insatisfação com alguma atitude ou falta de atitude do parceiro e quando há medo ou insegurança quanto ao nosso desejo ou do outro em manter a relação.

  • Encontre uma forma de ficarem a sós e coloque uma música gostosa e romântica para dançarem. Não puxe conversa, não tente resolver nem discutir nada. Apenas tire seu par para dançar. Deixem-se levar pela música, troquem afeto, carinho e calor. Se há algo importante pra ser resolvido, deixe para depois. Se você está magoado(a), esqueça o motivo por algum tempo. Se seu parceiro quer discutir, proponha a ele ou ela que deixe a conversa para outra hora. A música, o toque, o cheiro talvez lembrem vocês dois os motivos pelos quais em algum momento da vida escolheram ficar juntos.
  • Fazer massagens nos pés, nas mãos, pentear os cabelos uns dos outros, cortar unhas, enfim, cuidar um do outro é uma atitude de intimidade, de proximidade, que alivia as tensões e pode diluir mágoas e ressentimentos. Mas nunca proponha receber antes de dar. Proponha que o outro receba primeiro. Doe seu carinho, seu cuidado, seu afeto. Espere a resposta. Quando duas pessoas estão dispostas a fazer uma relação funcionar, dar certo, seguir adiante - e isso é fundamental para que um entendimento ocorra -, certamente o recebedor do afago e do cuidado se sentirá propenso a retribuir.
  • Prepare o velho e bom escalda pés. Quem é que não ficaria profundamente agradecido por receber um delicioso escalda pés ao chegar a casa após um estafante dia de trabalho? E não tem nada de complicado em preparar esse momento especial pra seu amor. Água quente, uns sais aromáticos, óleos essenciais ou simplesmente sal grosso farão maravilhas para promover relaxamento e descanso. Se há algo para ser resolvido, depois de um escalda pés isso será muito mais fácil.
  • Surpreenda sua cara metade. Planeje uma pequena viagem, compre ingressos pra um show ou peça teatral, reserve um restaurante diferente. Se há problemas financeiros, programe um passeio num parque. Faça algo que tire vocês dois da rotina.

Quando a conversa é realmente necessária

Embora as dicas acima possam ajudar a resolver uma boa parte dos conflitos presentes no dia-a-dia dos casamentos, há momentos em que não podemos escapar de uma boa conversa. E nessa hora alguns cuidados podem também ajudar a enfrentar as crises.

  • Se o problema é bem objetivo, relacionado a dinheiro, aquisições, dívidas ou trabalho, a conversa precisa ser objetiva. Tenha à mão lápis e papel, máquina de calcular, contas e o que mais for importante para que a conversa chegue a um resultado prático. Por exemplo, vocês podem definir quem arca com quais despesas, como vocês farão economia, onde ficará o dinheiro, quem assume a parcela do carro novo ou como vocês vão comprar uma casa. Coisas objetivas devem ser escritas. Quem é por natureza objetivo vai se sentir seguro e quem é por natureza subjetivo vai poder recorrer a um papel para se lembrar do que foi combinado.
  • Se o problema é de ordem emocional, relacionado à família do outro, relação com a sogra, ex-marido ou ex-mulher e filhos de um outro relacionamento, o cuidado deve ser redobrado. Procure não dizer nada do que possa se arrepender mais tarde e, para isso, pense antes de falar. Reflita: Quais são seus argumentos? Eles são lógicos ou estão baseados em mágoas? O que você tem a dizer pode ser dito de uma maneira que não magoe o outro? Nunca tenha essa conversa num momento em que esteja com raiva ou irritado. Mas também certifique-se de que não ficará com nada importante "entalado" na garganta. Você tem que descobrir uma maneira de falar ao parceiro tudo aquilo que é fundamental para você.
  • Se é um problema de ordem sexual, de ciúmes, de carência, algo ligado especificamente a vocês dois, vale ainda mais a dica anterior. Pense no que vai dizer, mas descubra uma maneira de expor tudo o que é importante para você. Prepare o encontro, mas tenha flexibilidade de não tocar no assunto (mesmo que tenha seu discurso preparado!) se naquele dia sua cara metade perdeu uma pessoa querida, foi despedido ou ficou preso num congestionamento recorde. Ou ainda se foi um dia "daqueles" para você. Se ocorrer no momento adequado, a conversa poderá surtir bons resultados.

Viver e resolver crises no casamento pode não ser uma tarefa fácil, mas difícil também não é. Uma boa dose de paciência, persistência e cuidado farão com que vocês sintam uma crise como mais uma pedrinha no caminho que foi contornada ou que passaram por cima.


Fonte: http://www.personare.com.br/revista/amor/materia/1443/como-lidar-com-crises-no-casamento

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Como ganhar na Bolsa sem perder a cabeça

Economista comportamental explica como evitar que as emoções acabem com os planos do investidor de ganhar na bolsa e poupar para a aposentadoria



Aversão à perda faz com que o investidor segure o papel além da conta

Imagine-se diante de um alimento que contenha 10% de gordura e outro que seja 90% livre dela. Se você for como a maioria das pessoas, não hesitará em optar pelo segundo, ainda que na prática eles contenham rigorosamente a mesma quantidade de gordura. Para especialistas em finanças comportamentais, esse tipo de comportamento norteia decisões de compra que vão da gôndola do supermercado ao mercado de ações.

Segundo o ganhador do prêmio Nobel de Economia de 2002, Daniel Kahneman, são duas as vias pelas quais opera a mente humana. De um lado, há o caminho reflexivo, analítico, que exige um esforço cognitivo. De outro, a intuição fornece julgamentos rápidos e sem nenhuma interferência do consciente.

Esses atalhos mentais são familiares e, por isso, acabam sendo acatados naturalmente. Deriva daí a ideia de que ser livre de gordura é muito mais vantajoso que contê-la – sejam quais forem as proporções aí envolvidas. Em estudo encomendado pela Allianz Global Investors, o economista comportamental Shlomo Benartzi, da Universidade da Califórnia, explica como esses “caminhos” podem atrapalhar as decisões dos investidores.

Segundo ele, no topo dos sentimentos que governam as intuições humanas, está a resposta hipernegativa à perda. “Falando psicologicamente, a dor de perder 100 dólares é aproximadamente duas vezes maior que o prazer de ganhar a mesma quantia”, escreve. Transposto para o mercado financeiro, esse temor explicaria porque as pessoas têm tendência de segurar ações que estão dando prejuízo por muito tempo, acreditando numa reviravolta improvável.

Do outro lado da moeda, uma tímida valorização já seria suficiente pra muita gente se desfazer dos papéis, inebriados pela gratificante sensação de colher algum lucro. “O erro está em não olhar o portfólio como um todo. Os investidores analisam cada ação separadamente, tomando decisões a partir dessas realidades percebidas individualmente”, afirma Benartzi.

Para o estudioso, a aversão à perda também faz com que os investidores relutem em tomar decisões de mudança. “A inércia está em jogo quando sabemos que deveríamos começar um programa de exercícios ou uma poupança para a aposentadoria, mas protelamos essa decisão porque achamos difícil dar o primeiro passo hoje”, diz o especialista.

Em suma, focamos muito mais no que podemos perder do que naquilo que podemos ganhar. E se abrir mão de uma fatia do salário de agora para uma velhice que parece tão longínqua exige muito do investidor, Benartzi dá dicas de como driblar esse impulso de procrastinação.

O passo a passo se baseia em estudos realizados pelo economista Richard Thaler, da Universidade de Chicago, que orienta os investidores a traçar um planejamento financeiro que exija um pré-comprometimento futuro. Isso porque apesar de adiarmos decisões imediatas, temos facilidade em imaginar sua execução no futuro. Afinal de contas, quem nunca prometeu cumprir as famosas resoluções de Ano Novo?

O segredo para poupar mais é aumentar sistematicamente a quantidade de dinheiro reservado diante de qualquer aumento do salário. Assim, a parcela que o investidor leva para casa nunca sofrerá uma diminuição, evitando que ele seja exposto ao sentimento de perda.

Além disso, essa taxa de contribuição deve continuar crescendo à medida que ele subir na carreira. A possibilidade de abandonar o plano a qualquer momento também aumenta o apelo à adesão. “O simples fato de poderem fazer isso, deixa os investidores mais confortáveis a respeito da possibilidade de poupar”, emenda o economista Shlomo Benartzi.

Seguindo exatamente essas diretrizes, uma companhia de médio porte norte-americana implementou o SMarT (Save More Tomorrow, ou Poupa Mais Amanhã) entre seus funcionários em 1998. O intuito era aumentar a contribuição dos trabalhadores para o plano de aposentadoria. Em três anos e meio, o percentual do salário que dedicavam à previdência privada pulou de 3,5% para 13,6%. Como resultado, programas nesse molde são hoje oferecidos por mais da metade dos grandes empregadores norte-americanos.

Benartzi sustenta que existem várias semelhanças entre a dificuldade de contribuir para a previdência e a relutância em entrar no mercado. Para combater o medo de perder no mercado de ações, a dica é aplicar pouco, e em intervalos regulares.

Ele defende que as pessoas são muito sensíveis ao chamado de "ponto de referência". E quando todo a reserva financeira é aplicada em ações de uma só tacada, esse montante vira um parâmetro de cálculo muito acessível, já que perdas e ganhos são facilmente computados.

“A mente intuitiva, guiada pelas intuições, iria responder negativamente às perdas”, diz Benartzi. Com um pouco do dinheiro sendo investido de cada vez, o investidor elimina o ponto de referência óbvio, e, por consequencia, as chances de tomar decisões irracionais guiado pelo medo de ver o dinheiro escorrer pelo ralo.

Timing para comprar e vender

Comprar ações na baixa e vendê-las na alta. Repetida em exaustão, a fórmula parece simples. Segundo o estudo de Benartz, entretanto, identificar o momento exato para negociar os ativos é uma tarefa árdua. Uma pesquisa com 66.465 norte-americanos revelou que, em seis anos, os investidores mantinham inalterado apenas 25% do portfólio original. Mas as mudanças não implicaram retorno palpável – os custos das negociações diminuíram o rendimento médio em 3,7%.

Aqueles que faziam mais transações amargaram um resultado ainda pior: o resultado de alterar a carteira inteira mais que duas vezes no ano foi uma redução de 10,3% nos lucros.

Para Benartzi, os movimentos do mercado fogem à exclusiva correção lógica: até a derrota de um time de futebol em uma competição mundial consegue afetar o desempenho do Bolsa. “A maioria das pessoas simplesmente não tem tempo ou know how para identificar ações sobrevalorizadas ou baratas demais”, acredita.

A solução para não cair na tentação de tentar ajustar o timing e sair perdendo também se assenta no pré-comprometimento. Quem conta com a ajuda de um consultor financeiro, por exemplo, pode discutir com muita antecedência a decisão a ser tomada no caso de tombos ou valorizações da ordem de 25%.

Na opinião de Benartzi, balancear o investimento com aplicações conservativas e um pouco mais arriscadas seria o primeiro passo para se resguardar. No caso do mercado afundar, o brasileiro que tiver alocado um bocado do portfólio na renda fixa contará com a garantia de receber os generosos juros pagos pelos títulos do governo, ao invés de perder tudo.

Em segundo lugar, uma componente psicológica que ajuda o investidor a se ater ao plano pré-concebido é a assinatura de um papel que descreva essa estratégia, o que também deve ser feito por seu agente de investimentos. “A formalização não servirá como um contrato legal”, explica Benartzi. “Mas o simples fato de colocar tudo na ponta do lápis ajudará as duas partes a resistirem aos impulsos intuitivos.”


Fonte: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/como-ganhar-na-bolsa-sem-perder-a-cabeca

Por que os vinhos são tão caros no Brasil

Carga tributária representa mais de 83% do preço dos vinhos importados e contribui para estagnar o consumo da bebida no país



Nos EUA, o premiado Syrah vale 55 dólares. No Brasil, pode custar cerca de 280 reais.

Quem viaja para o exterior sabe bem que comprar vinho nos Estados Unidos, na Europa ou mesmo em países vizinhos do Brasil pode ser bastante vantajoso. Preços acessíveis e rótulos de qualidade lotam gôndolas, seja em pequenos armazéns ou grandes supermercados. Ao retornar para casa, é sempre a mesma decepção. O mesmo rótulo que no exterior era uma barganha sai no país por uma pequena fortuna.

Há anos, o consumo de vinhos finos está estagnado no Brasil, sem conseguir ultrapassar a insignificante marca de dois litros per capita por ano. De acordo com Júlio Fante, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), 70% correspondem ao consumo de vinhos populares.

Comparando com países vizinhos, a quantidade consumida em todo o Brasil é pífia. No Paraguai, país sem qualquer tradição no setor vitivinícola e terra do mate, o consumo é de quase 5 litros por ano. Até mesmo no Vaticano se consome mais vinho que o Brasil. Lá, aproximadamente 66 litros da bebida de Baco passam pelo gargalo das garrafas em direção às taças do alto clero.

Um peso no orçamento dos brasileiros, vinhos importados encaram duras barreiras tributárias para passar pela fiscalização dos portos até que, por fim, consigam entrar em território nacional. Os altíssimos impostos pagos pelos rótulos associados à falta de conhecimento dos brasileiros sobre a bebida, por ainda considerarem capricho de elite ou de difícil paladar, impactam negativamente no consumo da bebida no Brasil e complicam a expansão.

Para se ter uma ideia, de acordo com números do Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária (IBPT), a carga tributária total que incide sobre o preço de uma garrafa, produzida fora do Brasil e da zona de influência do Mercosul, é responsável por 83,4% do preço pago pelo consumidor final. Por incrível que pareça, o peso dos impostos nos importados é muito maior do que o que incide em armas de fogo, por exemplo, cuja carga tributária gira em torno dos 65% de seu valor final.

“Enquanto na Espanha o vinho é considerado complemento alimentar, no Brasil ele sofre tratamento tão duro quanto de armas”, lamenta Ciro Lilla, proprietário de uma das maiores importadoras do país, a Mistral, e considerado uma das pessoas mais influentes do mercado do vinho no Brasil.

Uma garrafa de vinho importado carrega o peso do IPI, ICMS, COFINS, tributos sobre salários, IRPJ, CSLL, além do Imposto de Importação. “Isso sem contarmos frete internacional, que ainda pode chegar a 27%, e taxas burocráticas, referentes à entrada de contêiners no porto de Santos, que é um dos mais caros do mundo”, contabiliza. Ou seja, vinhos importados pagam os mesmos impostos dos vinhos nacionais, além de outras despesas de transporte e afins. O que pode fazer com que uma garrafa qualquer chegue no Brasil valendo quatro vezes mais do que no exterior.

Nem mesmo para os vinhos nacionais existe qualquer incentivo fiscal que ajude a aguçar o paladar do consumidor e o leve a comprar uma garrafa para experimentar. De acordo com números do IBPT, no preço final de um vinho produzido em solo brasileiro, cerca de 64% é puro imposto.

Países signatários do Mercosul levam uma pequena vantagem em todo esse processo. Acordos alfandegários permitem que vinhos provenientes do Chile ou Argentina não paguem o imposto de importação, que, sozinho, é responsável por cerca de 20% de toda a carga incidente. E é por este motivo que os vinhos sul-americanos chegam ao país custando o mesmo, ou algumas vezes pouco mais, que os exemplares brasileiros.

Concorrência

Pois há quem diga que é preciso aumentar, ainda mais, os tributos para os exemplares importados, uma vez que são erroneamente, segundo especialistas, considerados concorrentes diretos dos vinhos brasileiros. Se existem representantes da indústria nacional a favor de um aumento dos tributos como maneira de incentivar a produção e o consumo cada vez maior dos rótulos nacionais, Lilla é taxativo e acha incabível a hipótese de que um rótulo possa concorrer com outro. “Vinhos são como obras de arte, livros ou mesmo filmes. É impossível de comparar um com outro”, diz.

Além disso, há o lado positivo de se ter uma vasta gama de uvas, safras e vinícolas diferentes, independentes da procedência, disponíveis para a compra no Brasil. Alexandra Corvo é professora de sommellerie e experimenta, anualmente, cerca de 1.500 rótulos nacionais e internacionais. Ela acredita que o acesso aos importados deve ser visto como um estímulo para o desenvolvimento do setor no país.

A indústria vitivinícola nacional, de qualidade, explica ela, é jovem demais e precisa amadurecer. “Se não fosse pela abertura de mercado, o Brasil ainda estaria produzindo vinhos inexpressivos como antigamente”, explica a sommelière ao comentar a ideia de que vinhos importados são vistos como concorrentes dos nacionais. “O vinho brasileiro tem mudado para melhor, mas não vejo motivo para considerar um concorrente do outro. Cada região tem seu estilo”.

Alexandra faz parte do coro de consumidores assíduos da bebida que lamentam os altos preços pagos por vinhos no Brasil , os quais considera “abusivos e absurdos”.

Mais custos

No ano passado, Guido Mantega, Ministro da Fazenda, anunciou uma medida que trouxe ainda mais lenha para a fogueira da indústria vitivinícola nacional: a adoção de um selo fiscal, cujo objetivo é controlar a relação do produtor ou importador com o fisco, esquentando ainda mais o debate acerca dos altos valores pagos por uma simples garrafa de vinho no país. A partir de janeiro de 2011, todos os vinhos devem vir com o selo que indica que o pagamento do IPI foi devidamente realizado.

Grandes representantes da indústria nacional se posicionaram a favor da medida, sob a justificativa de que iria coibir o contrabando e organizar o setor. Do outro lado, importadores e pequenos produtores de todo o país consideram a adoção da medida um retrocesso.

Lilla é um dos porta vozes do lado contra a aplicação da medida. Ele considera um lobby de grandes produtores gaúchos para atrapalharem ainda mais a chegada de vinhos importados ao país, favorecendo então os vinhos nacionais. Mas não necessariamente o aumento do consumo da bebida no país ou tornando o acesso à garrafas de diferentes vinícolas mais acessíveis ao grande público.

“Empresas nacionais contam com linhas mecanizadas de engarrafamento. Portanto, a aplicação do selo gera um custo de quase nada para eles”, explica. O problema vai ficar na mão dos pequenos produtores, que terão de aplicar na mão, tornando o processo de rotulamento mais lento e trabalhoso, e dos importadores, que terão de abrir caixas delicadas para a aplicação do selo, produzido em papel moeda, nos próprios armazéns, ao custo de trinta centavos por garrafa. É importantíssimo frisar que um contêiner contendo uma bebida produzida de maneira tão artesanal quanto o vinho deve ser refrigerado, com a temperatura ambiente rigorosamente controlada.

Por outro lado, representantes da indústria nacional, como a Ibravin, que acreditam o selo é uma maneira eficiente de controlar o contrabando, falsificação e sonegação dos impostos no setor, além de evitar a adulteração da bebida. Segundo Fante, o selo exige mão de obra e pode aumentar um pouco o custo, no entanto, é preciso de uma ferramenta que coloque o parreiral em ordem.


Fonte: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/consumo/noticias/por-que-os-vinhos-sao-tao-caros-no-brasil

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Quando as filhas tornam-se mães

Maternidade pode mudar relação de mulheres com suas mães


Chegamos ao mundo extremamente dependentes. Levamos muito tempo para controlar nossos movimentos a ponto de nos tornarmos capazes de sobreviver. Precisamos de meses para caminhar, para nos comunicarmos, para nos protegermos ou nos alimentarmos sozinhos. Quis a natureza, para que pudéssemos desenvolver mais capacidades, que nosso cérebro continuasse a amadurecer após o nascimento, o que nos torna uma espécie muito evoluída, mas paradoxalmente muito dependente ao nascer.

Dessa forma, a presença de um adulto que nos proporcione todos os aprendizados do início da vida não é só romanticamente desejável, mas fundamental para a sobrevivência. Em nossa sociedade esse papel é assumido prioritariamente pela mãe, fato mais que justificável, já que é no corpo dela que somos gerados. E apesar dos pais estarem cada vez mais presentes no início da vida, é geralmente a mãe o primeiro adulto que nos dá colo, afeto, carinho e cuidados. É por isso que nossa relação com ela, ou a ausência dela, nos marca profunda e intensamente.

No início da vida, à medida que passamos a compreender um pouquinho a existência, vivemos uma fase linda de adoração desse ser que nos parece perfeito. Mesmo quem tem uma mãe ausente, também pode criar uma fantasia positiva dela. Exaltamos todas suas qualidades, sua disponibilidade para nós e seus cuidados. A mãe é a nossa salvadora, a que nos deu condição de estarmos vivos. Também pode ser comum acharmos que ela é linda, perfeita, e que está sempre certa. E com o passar dos anos tendemos a transitar entre duas reações extremas: estender ao máximo essa relação de dependência ou nos rebelarmos e fazermos de tudo para sermos autossuficientes.

Como enxergamos nossas mães ao longo da vida?

As filhas "rebeldes" passam a ter cada vez mais autonomia e na adolescência já são capazes de tomar conta do próprio corpo, da alimentação, e gostam de pensar que são totalmente independentes. E nessa fase podem ficar bem críticas em relação àquela que antes era admirada e protegida. Já as filhas mais dependentes se recusam a crescer e demoram muito para se sentirem capazes de assumir a maternidade. Preferem se comportar eternamente como filhas e rejeitam a ideia de um dia serem mães seguras e independentes.

Em qualquer um dos grupos e quaisquer que sejam as características daquela que nos criou, pensamos que a forma de nossas mães exercerem a maternidade nunca está certa. Se a mãe é muito disciplinadora, idealizamos uma mãe companheira e compreensiva. Se ela é amiga e aberta ao diálogo, queremos uma mãe que não se confunda conosco e que não seja lembrada ou requisitada por nossos amigos. Sem consciência de que preparar-se para a vida vai além de sobreviver fisicamente - já que também envolve aspectos psicológicos, mentais e emocionais que requerem muito amadurecimento - é natural que a filha se contraponha, critique e se distancie. Na verdade, ela está procurando seu próprio caminho, seu próprio jeito de ser mulher e de, no futuro, ser mãe.

O desafio da maternidade

Então a vida caminha e surge o momento que essa filha se torna mãe. E tenha ela se preparado ou não, esteja pronta ou não, a maternidade será sempre um grande desafio. Porque então chega o momento que nos deparamos com a possibilidade de corrigir tudo aquilo que julgávamos "errado" na maneira de ser de nossas mães. E é quando descobrimos que as decisões que envolvem a maternidade não são nada fáceis.

Ser mãe é muitas vezes exigir demais de si e se sobrecarregar de culpas extremas. Queremos acertar sempre, não errar jamais e temos a pretensão de que existem respostas certas e absolutas quando se trata da criação de filhos. Queremos acreditar nisso e também nos nossos próprios "superpoderes".

Mas quando nos deparamos com a realidade de que somos limitados mortais em nosso caminho de evolução é que finalmente olhamos para nossa mãe com outro olhar. Porque aí não podemos mais fingir que ela ainda é a "super mulher" ou a "super vilã". Temos que olhar pra um ser humano cheio de virtudes e falhas, cheio de certezas e de contradições e enxergar alguém que um dia se permitiu errar. E é justamente por esse motivo que estamos aqui. Então o olhar da filha volta a se enternecer diante daquela figura que, independente de erros e acertos, correu riscos e nos trouxe ao mundo.


Fonte: http://www.personare.com.br/revista/casa-e-familia/materia/1425/quando-as-filhas-tornam-se-maes

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Timidez não é defeito!



Quando eu era pequena (sim, faz tempo), crianças quietas eram sempre vistas como muito bem-educadas. Algumas eram mesmo, já outras botavam pra quebrar apenas quando os adultos saíam da sala.

De algumas décadas para cá, toda e qualquer criança mais na sua ou não tão extrovertida é imediatamente rotulada como tímida. Pior: adultos também não têm mais o direito de ser quietos – são logo taxados de antissociais. E dá-lhe dizer que isso não é bom profissionalmente, que para se dar bem o sujeito não pode perder um evento, uma piada, uma tuitada!

Timidez não é defeito, gente! É característica! E das mais encantadoras! O sujeito tímido deixa que o descubram aos pouquinhos, uma delícia – afinal, qual a grande pressa? É do tipo que vai sempre mais devagar. Com infinitamente mais charme, porém. E – por que não dizer? –, com mais segurança e consistência também.

Resistam, portanto, quando alguém começar com esse papo de “tratar” a timidez, ou “exercitar a sociabilidade”. Isso é uma violência (com crianças e adultos), além de ser de uma estupidez total. Afinal de contas, onde fica o tão propalado direito à individualidade? E a beleza da diversidade? Onde está escrito que todos têm que ser hiperativos e sempre prontos para expor as entranhas de seus sentimentos?!


Fonte: http://vejasp.abril.com.br/blogs/fino-trato/2011/05/02/timidez-nao-e-defeito/

terça-feira, 3 de maio de 2011

Procon lista sites que não entregam produtos



A Fundação Procon de São Paulo divulgou um alerta contra empresas de comércio eletrônico que vendem produtos e não os entregam aos consumidores.

A lista foi elaborada a partir de reclamações de consumidores que pagaram e não receberam a mercadoria.

Além disso, o Procon também constatou que muitas dessas empresas não se encontravam nos endereços físicos informados. Muitas das notificações enviadas pela fundação às empresas, retornaram com mensagens dos Correios como “mudou-se” ou “endereço inexistente”.

As denúncias do Procon foram protocoladas no Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), para que se tomem as medidas legais.

O Procon alerta também que muitos desses sites ainda permanecem ativos e continuam praticando a venda de produtos.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/internet/procon-lista-sites-que-nao-entregam-produtos-02052011-9.shl

Cérebro fica mais ativo em interações com pessoas do mesmo status social

Estudo constatou que a pessoa tende a apresentar maior atividade cerebral em resposta à outra de acordo com nível socioeconômico.


Nosso cérebro tende a ficar mais ativo quando nos relacionamos com pessoas que julgamos pertencer a um nível socioeconômico semelhante ao nosso, dizem especialistas do Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos.

Os especialistas dizem que este comportamento é determinado pela percepção que as pessoas têm das outras à sua volta. Seu trabalho foi publicado na revista científica Current Biology.

Estudos anteriores já haviam constatado que macacos se comportam desta forma, mudando seu comportamento em interações com outros macacos de acordo com sua percepção da posição do outro animal no grupo.

Estudo

Como parte do experimento, 23 pessoas com diferentes níveis sociais receberam informações sobre outros indivíduos também com status sociais variados.

A equipe usou exames de ressonância magnética para medir a atividade na região do cérebro conhecida como striatum ventral, associada à sensação de prazer.Os cérebros dos participantes que achavam ser de status social e econômico mais alto apresentaram maior atividade em relação a outros indivíduos tidos como do mesmo nível. Cérebros de voluntários com status mais baixo ficaram mais ativos em resposta a indivíduos percebidos como de status semelhante.

Primeiras Avaliações

"A forma como interagimos e nos comportamos em relação às pessoas que nos cercam é determinada, com frequência, pelo seu status social em relação ao nosso", disse a responsável pelo estudo, Caroline Zink.

"Portanto, informações sobre status social são muito importantes para nós".

A especialista acrescentou que status socioeconômico não se baseia somente em dinheiro, mas pode também incluir fatores como habilidades, proezas e hábitos.

Comentando o estudo, a psicóloga Jane McCartney, membro da British Psychological Society, disse:

"As primeiras avaliações (que fazemos do outro) são muito importantes para todos, porque estão associadas a status, aparência e dinheiro".

"Trata-se de decidir se esta pessoa é do mesmo status e o que você precisa fazer para assegurar que ela sabe que você é de um nível igual", disse McCartney.

Segundo a psicóloga, a avaliação também tenta determinar que papel a outra pessoa pode ter na sua vida.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,cerebro-fica-mais-ativo-em-interacoes-com-pessoas-do-mesmo-status-social,714158,0.htm

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Falta razão na carteira

Jurandir Sell Macedo jr., especialista em finanças comportamentais, explica como a irracionalidade afeta as decisões de investimento mesmo quando acreditamos ter os pés no chão

O que a psicologia cognitiva mostra sobre os fenômenos econômicos, principalmente sobre as nossas decisões de investimento?

Na economia clássica, na qual eu fui formado, prevalece o princípio de que nós agimos sempre de forma racional. Claro, sabemos que o ser humano nem sempre age de forma racional. Só que nós não conseguimos mapear os padrões da irracionalidade, então fazemos de conta que agimos sempre racionalmente. O que a gente vê, hoje, é uma tentativa de incorporar uma visão mais complexa de ser humano dentro desse macromodelo. Mas o princípio de racionalidade e da eficiência dos mercados continua sendo um pressuposto bom. Mesmo calcado em uma premissa falsa – a da racionalidade do ser humano –, ainda assim o modelo explica relativamente bem o comportamento dos mercados econômicos.

Como esse modelo pode ajudar a tomar melhores decisões?

Ao estudar o ser humano de forma mais complexa, principalmente através da psicologia, tenho conseguido avançar muito na área das finanças prescritivas. É dizer para as pessoas, de forma individual, o que elas devem fazer. Eu venho trabalhando muito isso na área de finanças pessoais. Em termos de mercado, infelizmente não há, ainda, modelos bons ou consistentes para se mostrar as melhores formas de ganhar dinheiro. O que conseguimos é dizer para as pessoas individualmente: “Olha, não haja assim porque você está sendo vítima de uma irracionalidade”.

É difícil chamar um investidor à racionalidade?

Nós sempre agimos sob influência de muitos aspectos não racionais. Há até uma história que eu costumo contar sobre dois vizinhos que tinham um carro e uma piscina cada um. Todos os sábados, o primeiro limpava sua piscina e pagava R$ 20 para que um rapaz lavasse seu carro. Já o segundo fazia o contrário: lavava o próprio carro e pagava R$ 20 para que o rapaz limpasse sua piscina. Certo dia, o rapaz desapareceu. O que aconteceu? Bem, se fossem 100% racionais, os vizinhos poderiam fazer uma troca simples. Um deles poderia lavar os dois carros e o outro, as duas piscinas. Seria uma coisa racional. Mas por que nós não trocamos? Porque há aí componentes irracionais. O vizinho não quer ser visto lavando o carro dos outros – vão pensar que ele é um simples lavador de carros. Então a troca nunca acontece, embora ela seja perfeitamente lógica. Nós não somos 100% racionais. Temos nossas idiossincrasias e não pensamos somente do ponto de vista econômico – também pensamos do ponto de vista social e emocional. O desafio é incorporar essas coisas dentro de um modelo de racionalidade. Isso é que é difícil.

Normalmente, nas decisões de investimentos, prevalecem elementos emocionais ou racionais?

Principalmente racionais, mas muitas vezes emocionais. O que não é necessariamente ruim. Quando a gente fala em “irracional”, muitas pessoas imaginam o sujeito rasgando dinheiro. Mas as decisões irracionais são muito simples. Imagine que você está abrindo uma caderneta de poupança para os seus filhos. Em determinado mês, você se aperta e o que você faz? Você é capaz de pegar dinheiro do cheque especial, pagando 13% de juros, só para não mexer na poupança dos filhos, não é? Pois isso é uma irracionalidade econômica. Não significa que você rasgou dinheiro, você simplesmente agiu dessa forma. Eu lembro quando recebi o primeiro direito autoral do meu livro [A Árvore do Dinheiro – Guia para Cultivar Sua Independência Financeira, da Editora Campus]. Eu lembro que disse: “Vou lá comprar um presente pessoal”. Depois pensei melhor: “Vou comprar uma bicicleta nova, cara”. Ora, dinheiro é dinheiro, é igual, eu não deveria pensar assim. São irracionalidades econômicas mas que nem sempre são prejudiciais. Agora, é claro que muitas irracionalidades nos prejudicam.

Por exemplo?

Conheço várias pessoas que se recusam a olhar quanto deu uma determinada conta. Não olham o cartão de crédito, evitam tirar o extrato, recusam-se a controlar os gastos. São pessoas que agem de um ponto de vista não racional e muito prejudicial para elas mesmas.

Mais ou menos como os doentes que se recusam a buscar um médico...

Exato. Muitos problemas econômicos são, na verdade, emocionais. Muitas vezes, quando você procura um consultor financeiro, a gente tem de dizer: “O seu problema não é financeiro, é psicológico”. Muitas pessoas tentam compensar uma autoestima muito baixa com um padrão de consumo irreal. Muito do nosso consumo atual está ligado a uma tentativa de se obter status social, por exemplo. As pessoas tentam recuperar o status pelo padrão de consumo: pelo carro bonito, pelo relógio caro, pela roupa de marca. Isso é muito prejudicial.

Quais são os erros mais comuns cometidos pelos investidores, na sua avaliação?

Eu acho que o principal erro é não entender o risco. Muitas pessoas dizem: “Eu não posso correr risco porque sou pobre” ou, ainda, “eu ganho muito pouco e não posso correr riscos”. Mas o risco não é sempre ruim. Tem a ver com a possibilidade de se obter perdas ou ganhos, e não apenas perdas. Se você não está bem, talvez seja até necessário correr riscos. O fato é que é necessário avaliar o risco. Mas há pessoas que nunca conhecem seus próprios limites. O segundo erro são as pessoas que exageram. Não só na hora de gastar, mas também na de economizar. Há pessoas que poderiam ter um padrão de vida muito melhor e continuam se impondo restrições, sem consumir. Outras gastam muito e não se preparam para o futuro. São os dois erros financeiros clássicos: poupar muito e morrer cedo, ou poupar pouco e demorar para morrer.

"Muitas pessoas exageram não só na hora de gastar mas também ao economizar. São erros clássicos: poupar muito e morrer cedo ou poupar pouco e demorar para morrer"

Como investidor do mercado de capitais, o que você pensa sobre a popularização de softwares que prometem eliminar noções de subjetividade ao negociar uma ação automaticamente?

Eu acho perigoso. O que eu entendo é que investimentos devem ser administrados sempre por profissionais. Se você olhar a análise gráfica ou a análise fundamentalista, as duas defendem uma gestão ativa de carteira – isto é, em ambas você compra quando o ativo está barato e vende quando ele está mais caro. A diferença é que, na análise gráfica, você usa o gráfico para estabelecer quando o seu ativo está caro ou barato. Já na fundamentalista, usa a projeção de lucros futuros comparados com os do passado. Em ambas, é necessário ter dedicação. Eu acredito que até é possível ganhar dinheiro com os softwares, mas só para os profissionais, para as pessoas que vivem do mercado. Para outras pessoas, e aí eu me incluo, eu acho que o mais adequado é gerir a carteira passivamente. Ou seja, ir comprando todo mês uma carteira diversificada de ativos.

É possível ficar rico gerindo uma carteira de ações passivamente?

Eu aplico em ações há 28 anos. Ainda não me julgo capaz de ganhar do mercado. Grande parte da minha carteira foi construída dessa forma, com ações nas quais eu acredito muito. Tenho ações guardadas há mais de 20 anos – e são as que me dão mais lucro. No entanto, como eu gosto dessa brincadeira de comprar e vender, eu separei uma pequena parcela dos meus ativos que administro de olho em análises gráficas e fundamentalistas. Mas vejo muitos médicos, empresários e outros profissionais bem-sucedidos tentando se transformar em investidores ativos do mercado. Esses acabam perdendo muito. Primeiro, porque perdem seu tempo, deixam de se dedicar à profissão para ficar comprando e vendendo ações. São essas pessoas que sofrem com as oscilações de mercado.

Você não sofre?

Nunca comemorei porque ganhei dinheiro e nunca me frustrei porque perdi. Eu sou um amante do risco. As pessoas que compram e vendem muito, se elas querem realmente fazer isso, elas têm se profissionalizar. Trabalhar em corretoras, viver disso. E aí, para essas pessoas que conhecem muito o mercado, esses softwares podem até ajudar. Mas acho que ninguém deveria investir num sistema desses sem entender a lógica por trás do software. É preciso saber o que está lá dentro, o que o robô está fazendo. Não adianta acreditar que ele é “milagroso”. Se fosse, bancos como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil comprariam o melhor robozinho e ganhariam de todo mundo.

Até que ponto os investidores se impõem essa espécie de “me engana que eu gosto”?

Isso é outro problema econômico grave. Muitas vezes, nós nos achamos melhores do que realmente somos. Se você perguntar em um grande auditório “quem aqui é melhor motorista que a média?”, você vai ver que 80% levantará o braço. Todos nós nos achamos mais bonitos que a média, mais honestos que a média etc. Nós somos assim. As pessoas se julgam melhores investidores do que de fato são. E aí acabam fazendo besteiras. É preciso ter humildade na hora de investir.

Mesmo no caso de investidores que já ganharam muito dinheiro?

O sucesso sempre embriaga a gente. É altamente ilusório, inclusive para quem não está no mercado. Se uma pessoa abre uma pequena empresa e dá certo, ela acaba abrindo outra. No mercado de ações é assim: você começa, ganha uma, ganha duas, ganha três e aí você começa a achar que é o maioral. Mas nada impede que o seu sucesso tenha sido mera casualidade, uma coincidência da estatística. O que acontece quando você sofre um revés? Há pessoas que adquirem humildade, que começam a se olhar e a refletir: “Eu não era tão bom assim, por que errei?”. São essas pessoas que têm mais sucesso na vida. Mas há aquelas que se tornam arrogantes. Pessoas que acreditam que vão ganhar de qualquer jeito, porque sempre acertaram. Se elas erraram, foi porque “desta vez” o Lula sacaneou, porque o Plano Collor apareceu etc. Elas culpam os outros. É da vida. No mercado de ações é a mesma coisa.

Recentemente, o mundo mergulhou em uma crise histórica devido ao descontrole do sistema financeiro nos Estados Unidos. A crise foi um sintoma de irracionalidade?

Eu acho que a crise é justamente o contrário. É um momento de retomada da racionalidade. Claro que houve uma irracionalidade, um descontrole brutal e falta de regulação – que, somados, levaram à crise das hipotecas. Nas empresas e nos bancos de investimentos, juntavam-se produtos bons e produtos ruins na esperança de que os ruins “sumissem” lá no meio. Isso, sim, é irracionalidade ou até má-fé. Mas penso que a crise é um momento de retomada da racionalidade.

Fonte: http://www.amanha.com.br/home-internas/1800-falta-razao-na-carteira