segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Luto

Ao nos despedirmos de alguém, ou de uma etapa, um emprego ou qualquer coisa, podemos passar por um processo demasiadamente humano chamado luto. O luto é a resposta do cérebro perante uma perda, voluntária ou involuntária.

Não há como sermos felizes sem curtirmos a fase do luto, por mais ou menos dolorosa que possa ser. É a superação, através da dor, para que a fase ou a pessoa fique em nossa lembrança da maneira mais leve e agradável possível. Depois do luto, não há o esquecimento completo, mas uma lembrança agradável, a fim de que continuemos a viver com boas lembranças, apesar da ausência.

Não há período determinado, exteriorização ou não do sentimento, momento para começar e terminar. Nada é regra e obrigatório. Podemos viver a fase da negação por anos e nunca mais nos permitirmos ser felizes. Podemos adiar a etapa do luto para mais adiante, podemos sentir e experenciar tantas coisas que não caberiam em um simples e despretensioso texto.

Pode ser até possível viver o luto durante a perda, antes mesmo de o ser querido partir, quando já pressentimos ou sabemos de maneira objetiva. O incrível do ser humano é que não existe um número absoluto de possibilidades!

De qualquer forma, o caminho necessário do luto é íntimo e difícil. É preciso aceitar a perda e chorá-la.

Somente depois é que vamos começar a nos permitir a construção de uma nova vida, onde as feridas da ausência estarão mais leves e a própria reconstrução da lembrança do ser querido se torna possível. Para o novo processo, é necessário nos permitirmos chorar e rir quando for preciso.

E, sem medo de sermos felizes, melhor viver com a sensação de que a vida fica mais feliz ao nos ver com o rosto novamente iluminado!



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Verdade subjetiva

Seria estranho se a vida não fosse rechada de mudanças de rumo e de planos. Mudança de endereço, de aspiração profissional, mudanças boas, ruins, fases e mais fases dessa etapa tão cheia de surpresas que é a vida.

É impossível imaginar a vida sem mudanças, por mais duras e penosas que sejam. Até o fim de nossa existência atual, ainda teremos infinitas novas oportunidades de crescimento e de testar nossa permanência na prática do bem. Cada instante é uma oportunidade e um risco.

Mas por que a vida é assim? Para que tantas mudanças, surpresas e decepções? Por quê? Por quê? Por quê? A zona de conforto é aquela agradável coisa morna que não muda e também não perturba. Por que mudar então???

Aventurar-se, na acepção adequada e coerente do termo, pode significar simplesmente a tomada de consciência de si próprio. Evitar perder a si mesmo em meio ao inevitável do inesperado. É testar a força e a capacidade, por mais doloroso que seja. E, cá entre nós, foram nossas mudanças e nossas escolhas que nos permitiram chegar ao que chegamos hoje. Está bom? Agradeça! Está ruim? Agradeça por ter percebido e bola prá frente!

O olhar para trás nos dá a compreensão da vida. Não há outro meio. Para vivê-la, olhar para frente é também o único meio. Não há crescimento sem angústia e não há como cair nas mãos de Deus sem coragem. E, em meio a tantas perdas de equilíbrio e tombos, ainda podemos manter em nós o desejo extremo de continuar prosseguindo. Porém, penso que para um progresso duradouro, coerente e fiel a nós mesmos e aos que amamos, alguns itens podem ser fortalecidos em nossos corações.

O primeiro deles é o desenvolvimento da capacidade de escutar as pessoas. Melhor: saber escutar os recados da vida. Quantas vezes, em meio às dificuldades da existência, escutamos um bom conselho em uma música, em uma conversa despretensiosa no supermercado ou em uma propaganda na televisão? A vida está permanentemente nos dando recados e lições. Abrirmos nossos ouvidos a isso é libertador!

Muitas vezes também esquecemos do talento pessoal. Não existe sequer um ser humano que não saiba fazer alguma coisa bem feita! Seja a prática de um esporte, cozinhar ao ser amado, a prática do seu ofício ou até mesmo saber bater um bom papo e ajudar aos que precisam. Todos temos um talento pessoal e saber abrir-se a isso é igualmente enriquecedor.

Ah, a fé! Não há nada que nos fortaleça mais que manter a esperança e acreditar no processo da vida! É sempre assim: surgem várias situações que nos parecem o fim do mundo e, depois, tudo se ajeita, tudo se acalma e a vida segue o seu curso. A intenção da vida é nos conduzir à felicidade sempre!

Por fim, me parece que o aprendizado constante é bem interessante para mantermos o gosto pela vida. Sempre haverá novos aprendizados e novos caminhos. E através dos novos conhecimentos, criamos novas oportunidades.

Vamos começar?