quinta-feira, 17 de março de 2011

Se amamos, por que brigamos?




Quais sentimentos estão em jogo na discórdia e na hora das pazes

Acontece com frequência: um relacionamento que estava em harmonia passa por um turbilhão de sentimentos que acaba desencadeando um desentendimento. Quem nunca passou por essa situação? As brigas podem estar associadas à TPM, problemas externos e mágoas do passado ainda não digeridas, além da falta de perdão e de aceitação do outro tal como ele realmente é.

Certamente há assuntos que devem ser dialogados entre o casal para que haja melhoria no bem-estar dos envolvidos. Também vale ponderar o que cada um considera aceitável na relação, assumindo uma postura de comprometimento com o parceiro. Essas atitudes podem minimizar as explosões de críticas e de rancor que as pessoas acabam assumindo na hora de "acertar os ponteiros" da relação.

Em muitos casos, os casais nem mesmo brigam por motivos relevantes para melhorar o relacionamento. Geralmente, quem explode é aquele que assume uma postura de "esponja" na relação e somatiza pequenos acontecimentos ao longo de um período. O resultado quase sempre é o mesmo: brigas por motivos banais.

Não podemos esquecer de observar que esse tipo de atitude sempre vem com uma carga emocional de saturação, de raiva e demonstra imaturidade para lidar com problemas afetivos. Além disso, brigas desnecessárias demonstram que a pessoa não consegue ter lucidez entre o que ocorre no momento presente e o que houve no passado. Você já agiu assim? Geralmente as mulheres resgatam, no momento da briga, situações ocorridas há muito tempo. Apesar desse tipo de atitude acontecer mais frequentemente no universo feminino, muitos homens também agem dessa maneira.

Mencionar antigas mágoas na hora do desentendimento pode lhe deixar preso ao passado e impedir de vivenciar o momento atual em paz. Não aceitar o que passou e remoer estes sentimentos dentro de si faz mal a si mesmo e gera um clima ruim no relacionamento.

A raiva que surge na hora da briga, assim como uma possível sensação de inferioridade, é recorrente de pontos fracos na autoestima das pessoas envolvidas. Vale lembrar que a carência atrelada a muitas cobranças sobre o parceiro podem ser cruciais para desencadear brigas.

Como achar o entendimento no meio do caos?

O ideal é entender o que está acontecendo em nosso interior, mesmo sendo difícil ter esse discernimento quando estamos explodindo de raiva. Primeiramente, é importante que você não deixe o estresse tomar conta e aborde o assunto que lhe incomoda com maturidade e calma. Além disso, para ajudar nesse processo, é importante que o parceiro aprenda a "ler" o outro e perceba quando não é um bom momento para discutir assuntos relacionados ao casal. Nessas circunstâncias, procure buscar a calma e mude o foco do assunto sutilmente, sem mencionar que o outro parece nervoso, já que isso também pode gerar um desentendimento.

Para que prevaleça o clima de harmonia, é necessário que as duas pessoas avaliem o teor de suas palavras, antes de pronunciá-las. Quando agimos movidos pela raiva, mágoa ou sentimentos que trazem angústia e mal-estar, podemos gerar uma comunicação ofensiva, o que pode dificultar ainda mais o entendimento.

Fazendo as pazes

Geralmente quem não sabe lidar com suas emoções e não controla suas reações, explode no momento da discussão e sente uma culpa enorme por ter dito palavras pesadas demais ao outro. Apesar da consciência pesada, nem sempre essa pessoa pede desculpas por ter agido de uma maneira impensada e, às vezes, cheia de agressividade.

Mas quem disse que pedir desculpas só pode ser feito através de palavras? Podemos fazer isso de várias maneiras diferentes, mas o importante é não passar por cima dos sentimentos de mágoa e de ressentimento que foram gerados no outro. Aceitar que o outro tem seus limites, tem suas fragilidades e nem sempre vai perdoar no momento em que você quiser se redimir é indispensável ser entendido e aceito.

Quem sabe reverter o clima pesado por um ato de ternura não pode ser um passo rumo ao entendimento entre o casal? É importante entendermos que discussões em torno de qualquer assunto podem ser feitas de maneira tranquila, quando sabemos dosar o que vem de dentro de nós com o que vem do outro, sem que haja desequilíbrio.

Por que não descobrir maneiras de trabalhar a sua angústia, raiva e outros sentimentos que lhe acompanham? Estar de bem consigo mesmo e consciente do que se passa dentro de você podem ser atitudes que tornam mais simples contornar momentos de desentendimento.


Fonte: http://www.personare.com.br/revista/amor/materia/1275/se-amamos-por-que-brigamos

3 comentários:

  1. Há muito tempo atrás aprendi essa lição: jamais tome decisões na hora da raiva. Porém isso só é fácil na teoria. Para colocar na prática precisa ser muito bem evoluído, pois não é fácil.

    As dicas são muito boas. O que percebo é que, assim como em quase todas as outras áreas de nossa vida, o grande problema do casamento é o egoísmo.

    Minha mãe casou de novo recentemente e a pergunta que o pastor fez foi durante a cerimônia: "é melhor ser feliz ou ter razão?"

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  2. Olá Otávio querido!
    Relacionamentos, de um modo geral, não são fáceis! O convívio diário, então, pior ainda! As discussões surgem, muitas vezes, como desabafo e aí concordo que tem muito a ver com o acúmulo de mágoas, ansiedades e frustrações. É preciso se policiar para não descontar no outro coisas que não estão ligadas a ele. E muitas vezes até fazemos, justamente por saber que ali temos o conforto da compreensão e perdão.
    Não gosto de ressuscitar brigas e mágoas passadas! Quando viro a página, não costumo voltar nela. Então, vejo que muitos casais ainda se pegam em fatos passados e não superam diferenças que, teoricamente, foram zeradas. Muitas vezes as brigas voltam por não conseguirem se libertar disso!
    O melhor é saber perdoar, relevar e acima de tudo, enxergar no outro a sua paz e não buscar nele o inferno! Confiança e diálogo numa relação são bons princípios para uma vida madura e feliz.
    Grande beijo,
    Jackie

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  3. Olá, amigo Otávio.
    Acredito que sempre brigamos mais com as pessoas mais intimas de nós!
    Talvez por zelo, ou apego excessivo!
    Em todas as relações, devemos manter certo controle e equibrio emocional!
    É fundamental saber pedir perdão quando erramos, e aceitar as críticas construtivas do outro!
    Excelente artigo amigo.
    Um ótimo fim de semana pra ti!!
    Beijos
    Alba

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