sexta-feira, 17 de junho de 2011

8 dicas para a mulher endividada reestruturar as finanças

As mulheres são as campeãs da inadimplência, mas com disciplina e planejamento podem voltar ao azul e até passar a poupar


Mulheres são as mais endividadas até 500 reais e costumam cair nas armadilhas do cartão

As mulheres sem dúvida ganham cada vez mais espaço no mundo do trabalho, do consumo e dos investimentos, mas esse protagonismo vem acompanhado de um lado bem menos festivo. De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 55% dos devedores são mulheres, o que mostra que, para muitas delas, o ganho de renda veio acompanhado da angústia das dívidas.

Não é à toa. Mulheres ganham em média 30% menos que os homens no Brasil, e a diferença salarial é observada até entre ocupantes do mesmo cargo. Fora isso, os gastos femininos são diversos e constantes. Além de sujeitas aos apelos da moda e da demanda social por um maior cuidado com a própria aparência, as mulheres também costumam concentrar a responsabilidade pelas despesas diárias da família, como alimentação, roupas, eletrodomésticos, itens para o lar e material escolar para os filhos.

Mas são justamente esses gastos corriqueiros e de baixo valor que podem se tornar verdadeiras bestas incontroláveis. Apesar disso, uma pesquisa americana já provou que as mulheres são mais controladas e, portanto, mais bem sucedidas na hora de investir. Ou seja, potencial para lidar bem com as finanças todas têm. Veja, a seguir, oito dicas para as mulheres que querem sair do vermelho e reestruturar a vida financeira.

1 Use investimentos para pagar as dívidas

Mesmo quem tem poupança no banco ou investimentos em renda fixa muitas vezes acaba se endividando. Nesse caso, o mais aconselhável é usar as reservas para quitar a dívida o mais rápido possível, sem aquele apego que investidores menos experientes costumam ter. “A rentabilidade do investimento é sempre menor que os juros que a pessoa vai pagar”, diz a educadora financeira Sandra Blanco.

Um exemplo: suponha que o investimento em renda fixa rendeu, num mês, 0,8%. Para cada 1000 reais investidos, o investidor ganhou, portanto, 8 reais. Uma dívida de 1000 reais no mesmo período, com juros de 10% ao mês, passa a ser de 1.100 reais. “Vale a pena ganhar 8 reais e pagar 100?”, provoca Sandra.

2 Renegocie as dívidas

As devedoras que não têm um tostão poupado devem começar a se preocupar antes que o nome entre em um cadastro de inadimplentes, o que normalmente ocorre após três meses de endividamento, embora possa acontecer com apenas um dia de atraso. O primeiro passo é listar todas as dívidas e trocar as mais caras pelas mais baratas. Quem ainda não está com o “nome sujo” pode obter um empréstimo a juros menores para quitar as dívidas com juros maiores.

Se o CPF já foi parar em um cadastro de inadimplentes, a única maneira é listar as dívidas – é possível fazer isso nos balcões de empresas como SPC ou Serasa – e tentar renegociá-las, com novos prazos e parcelas que caibam no bolso. Fazer um empréstimo com alguém da família para quitar a dívida o quanto antes também é uma opção. Mas lembre-se de firmar o compromisso em contrato.

3 Considere a inflação

“Para não se endividar, é preciso botar todas as despesas na ponta do lápis e fazer a conta fechar. Se a inflação comprometeu o orçamento, é hora de reestruturá-lo, para que a conta continue fechando”, aconselha Sandra Blanco.

4 Quando o cartão de crédito é inimigo

A armadilha que mais costuma “pegar” os inadimplentes é o cartão de crédito. O conselho dos especialistas é nunca, mas nunca mesmo, pagar apenas o mínimo da fatura. Isso porque, ao fazer isso, o limite se renova para o mês seguinte. Quem não tem dinheiro deve simplesmente não pagar, para que um novo limite não incentive mais gastos.

Outro erro a ser evitado é somar o limite do cartão à própria renda mensal. Isso é uma ilusão. O consultor financeiro Mauro Calil, por exemplo, aconselha que a soma dos limites de todos os cartões não ultrapasse metade da renda. “A pessoa tem uma falsa sensação de que tem recursos. Até que um dia, o mínimo da fatura passa a corresponder a 50% da renda, de tanto que a dívida cresceu. É nessa hora que a pessoa percebe que está endividada”, diz Dora Ramos, diretora da assessoria contábil Fharos.

A pesquisa do SPC mostrou que as mulheres são a maioria das devedoras para somas de até 500 reais, enquanto os homens são os principais endividados acima desse valor. Como geralmente ganham mais, os homens tendem a pôr em seu nome as dívidas mais altas, como os financiamentos habitacionais e de veículos. Isso não significa, contudo, que as mulheres não contribuam com parte da renda para esses pagamentos.

Quem já comprometeu a renda com o pagamento do cartão de crédito vai, evidentemente, ficar sem dinheiro para pagar as despesas básicas que não são pagas no cartão: contas de luz e gás, aluguel e escola dos filhos, só para citar alguns, além de sua parte nos financiamentos longos dos bens mais caros da família. A inadimplência pode se espalhar para outras despesas.

5 Anote o seus gastos

Pode ser pela fatura do cartão, pelo extrato do banco, pela planilha, pelo caderninho, não importa. O importante é anotar para manter controle desses pequenos gastos e saber direitinho por onde o dinheiro está escorrendo. Quem costuma parcelar as compras no cartão precisa ter cuidado redobrado. Um produto dividido em seis vezes comprometerá parte de sua renda ao longo de seis meses. Se no mês seguinte foi feita uma nova compra, parcelada em oito vezes, já serão duas parcelas para se preocupar pelos próximos cinco meses.

6 Planeje as compras

Saia de casa sabendo o que vai comprar. Antes de ir ao mercado, faça uma lista de compras. E procure ater-se sempre ao planejamento. O apelo de consumo, as vitrines, a moda, a manha das crianças, uma discussão com o chefe, com o marido ou com os pais, uma TPM, qualquer coisa pode ser motivo para a compra por impulso de algo que não é necessário, mas é preciso contar até dez e resistir à tentação.

“O planejamento familiar também deve prever alguns supérfluos e emergências, pois estes também fazem parte do dia a dia da família. Se apenas o básico estiver previsto, o orçamento nunca terá um respiro para sair do essencial”, aconselha Dora Ramos.

7 Corte e economize

Com um controle mais rígido dos pequenos gastos já fica mais fácil saber onde cortar. É preciso ter real noção do que é necessário, do que é capricho e do que é simplesmente desperdício. Para Dora Ramos, o melhor é pensar nas finanças como se a própria pessoa fosse uma empresa, cortando aquilo que for desnecessário, trocando para marcas mais baratas e, é claro, aproveitando promoções e liquidações. “Ninguém vai sair de moda porque comprou peças da coleção anterior por um preço mais em conta”, diz Dora.

8 Cuidado com as promoções

Só cuidado para não cair na armadilha dos falsos bons negócios. Aproveite uma promoção apenas depois de ter certeza de que 1) você precisa do produto ou serviço e 2) o item em promoção está realmente mais barato. Parece óbvio, mas se endividar para comprar um item desnecessário só porque ele está em promoção não é inteligente. E parece mais óbvio ainda que onde está escrito “promoção” necessariamente o produto será mais barato, mas nem sempre é o que acontece. “Às vezes o que está em promoção em uma loja, supermercado ou site pode ser encontrado por um preço ainda menor em outro lugar. É importante pesquisar”, diz Dora Ramos.


Fonte: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/credito/noticias/8-dicas-para-a-mulher-endividada-reestruturar-as-financas?page=1&slug_name=8-dicas-para-a-mulher-endividada-reestruturar-as-financas

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